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LULA não deveria ser muleta para o atraso



Texto: Ricardo Milan



As eleições desse ano são de suma importância para os brasileiros e brasileiras que vivem o pesadelo de sobreviver há quatro anos do governo de destruição protagonizado por Bolsonaro. Um governo que desrespeita de forma tirânica os direitos básicos de nossa população.


Mas a tarefa posta não se esgota em não eleger Bolsonaro; a população precisa entender que precisamos eleger Lula ainda no primeiro turno e derrotar o bolsonarismo. Para isso, entendemos que o ex-presidente Lula precisa ampliar seu arco de alianças, inclusive dialogando com a centro direita para vencer as eleições e isolar o bolsonarismo.

No Maranhão, nem diálogo houve. Flávio Dino para impor a Lula o candidato de sua escolha pessoal ao governo do Estado, interviu no PT e o aparelhou com políticos profissionais tradicionalmente de direita e que nada têm em comum com os ideários petistas, além de trazer de volta ao núcleo governamental o que há de pior em se tratando de personagens políticas no Maranhão.

O governador-tampão Carlos Brandão, histórico do PSDB e leal aliado de Aécio Neves, agora filiado ao PSB por Flavio Dino, apoiou o golpe contra a presidenta Dilma, sempre foi militante da direita e representante dos latifundiários, agora, com essa falsa máscara pessebista tenta enganar o ex-presidente e a população maranhense para surfar na popularidade e força eleitoral de Lula no Maranhão.

Não fosse a determinação e o engajamento de grande parte da base do PT e a independência dos movimentos sociais e sindicais para contrapor todas essas manobras elaboradas pelo palácio dos Leões, o rolo compressor do governador-tampão estaria esmagando os sonhos dos trabalhadores do campo e da cidade.

Os últimos sete anos trouxeram aos maranhenses, principalmente do campo, a volta do medo e dos conflitos agrários por conta do desmonte dos órgãos de fiscalização e apoio às comunidades tradicionais. A falta de compromisso com os agricultores familiares é tão grande que Brandão entregou a secretaria de agricultura familiar a um representante do agronegócio e mesmo assim quer que Lula imponha aos trabalhadores o apoio à sua reeleição.

As lideranças sindicais, os representantes dos movimentos sociais e grande parte da Base do Partido dos Trabalhadores não aceitaram a intervenção de Flavio Dino no partido e juntaram-se à campanha do senador Weverton. Todo esse grupo trabalhando com o objetivo de contrapor-se a essa onda de atraso imposta pelo ex-governador e seus discípulos que depois de tanta luta e sofrimento dos maranhenses tentam entregar o Maranhão de volta à família Sarney e seus aliados históricos que mantiveram o estado entre os mais pobres do país por décadas.

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