Com voto de Cármen Lúcia, Supremo forma maioria para condenar Bolsonaro
- Pra Começo de Conversa

- 11 de set.
- 2 min de leitura

O voto da ministra Cármen Lúcia no julgamento da trama golpista vai muito além de uma manifestação jurídica: é um recado político forte em defesa da democracia e contra a tentativa de instrumentalizar as instituições brasileiras. Ao acompanhar os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, Cármen formou maioria no STF pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixando claro que não há espaço para aventuras autoritárias no país.
Seu voto desmontou uma a uma as teses da defesa, rechaçando alegações de nulidade processual e questionamentos sobre a competência da Corte. Mais que isso, fez questão de lembrar que a lei que pune crimes contra a democracia foi sancionada pelo próprio governo Bolsonaro, o que retira qualquer dúvida sobre sua aplicabilidade.
No campo político, a fala da ministra tem um simbolismo poderoso: marca a consolidação de uma narrativa de que Bolsonaro não apenas tensionou a democracia, mas articulou contra ela. Para o bolsonarismo, é um golpe duro na tentativa de manter vivo o discurso de perseguição. Para a oposição, abre-se uma avenida para reforçar que o ex-presidente ultrapassou os limites da disputa política legítima.
No jogo político nacional, a condenação de Bolsonaro tem potencial de reorganizar forças. O bolsonarismo perde fôlego jurídico e moral, enquanto Lula e seu grupo saem fortalecidos, podendo explorar a narrativa de que a democracia resistiu e foi protegida. No Congresso, partidos de Centro que ainda flertavam com Bolsonaro podem repensar alianças, antevendo o desgaste do ex-presidente e a possibilidade de novas lideranças assumirem o espaço da direita.
O voto de Cármen Lúcia repercute diretamente na sucessão presidencial de 2026, no equilíbrio entre governo e oposição, e na própria legitimidade das instituições diante da sociedade.








Comentários