Movimentações no PDT: deputados saem da base do governo Lula, mas senadores mantém apoio com aval de Weverton

Em uma decisão que escancara a divisão interna do PDT, a bancada do partido na Câmara dos Deputados anunciou o rompimento com o governo do presidente Lula da Silva, enquanto os senadores pedetistas mantiveram o apoio à gestão federal. A posição dissonante revela tensões estratégicas dentro da legenda e lança dúvidas sobre a unidade do partido no cenário nacional.

O rompimento na Câmara foi oficializado nesta terça-feira (7), com a justificativa de insatisfações quanto à condução de pautas econômicas e políticas pelo Planalto. A decisão coloca os pedetistas da Câmara em campo oposto ao Palácio do Planalto em votações-chave. Apesar disso, o partido ainda não se declara formalmente oposição, mas promete atuar com independência.

Enquanto isso, no Senado, o PDT permanece ao lado de Lula, sustentado principalmente pela aliança política do senador Weverton Rocha (MA) com o presidente. Considerado um dos principais articuladores do governo entre os senadores, Weverton tem sido uma ponte importante com a base nordestina, participando de articulações que envolvem emendas, programas sociais e apoio à agenda econômica do Executivo.

A decisão da Câmara de romper pode ter implicações diretas na articulação política do governo, que já enfrenta dificuldades para manter uma base sólida em votações no Congresso. Ao mesmo tempo, a permanência do PDT no Senado como aliado do governo pode garantir ao Palácio do Planalto algum respiro em votações mais estratégicas naquela Casa.

A divisão também pode abrir caminho para realinhamentos internos no partido, já que setores mais ligados à esquerda defendem uma reaproximação integral com Lula, enquanto outros, mais críticos, cogitam apoiar uma alternativa de centro nas eleições de 2026.A