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Washington Oliveira: Uma trajetória de luta, gestão e compromisso com o Maranhão

Foto do escritor: Pra Começo de Conversa Pra Começo de Conversa


Joaquim Washington Luiz de Oliveira é natural de Várzea Alegre, Ceará, e faz história no Maranhão. Graduado em História pela UFMA, construiu uma carreira marcada pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pela atuação sindical, integrando e presidindo o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Maranhão (Sindsep-MA). Como servidor público federal, atuou no antigo CEFET, atual IFMA.


Ao longo de sua trajetória Washington Oliveira foi duas vezes suplente de deputado federal tendo assumido a legislatura duas vezes nos períodos 2003-2007 e 2007-2011. Em 2011, foi eleito vice-governador do estado, cargo que ocupou até 2013, quando assumiu a função de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA). Em 2021, foi eleito presidente do TCE-MA, posição que ocupou até sua aposentadoria em 2024.


Após sua aposentadoria, em março de 2024, Washington Oliveira foi nomeado secretário de Estado da Representação Institucional no Distrito Federal (SeriDF), com a missão de fortalecer as relações entre o Governo do Maranhão e o Governo Federal, além de buscar recursos e parcerias para o desenvolvimento do estado.

Num bate papo com o blog Pra Começo de Conversa Washington fala sobre sua trajetória e futuro político.


Washington, você passou dez anos no Tribunal de Contas, saiu em 2024 e agora retoma a vida pública. Gostaria que fizesse um retrospecto desse período no Tribunal e sobre a sua retomada à política.

Washington Luiz: Em 2013, eu era vice-governador do Maranhão e recebi um convite da então governadora Roseana Sarney para ser indicado ao Tribunal de Contas, substituindo o conselheiro Yedo Lobão. Aceitei e vivi uma experiência enriquecedora. Durante esse período, aprofundei meu conhecimento sobre o estado do Maranhão. O Tribunal de Contas é uma instituição fundamental para garantir a eficiência da gestão pública e a boa aplicação dos recursos públicos.

Minha atuação lá foi voltada para a prevenção. Trabalhei para capacitar os gestores, estimular a criação de controladorias nos municípios e envolver a sociedade no acompanhamento das contas públicas. Realizamos debates e ações em várias cidades, explicando o papel do controle e a importância de fiscalizar os gastos públicos. Esses dez anos foram de grande aprendizado, me proporcionando uma visão mais ampla das políticas públicas e das necessidades sociais do nosso estado.

Ao deixar o Tribunal, trouxe comigo essa experiência para aplicar na vida pública. Retornei ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aceitei o convite do governador Carlos Brandão para contribuir com o governo. Mesmo durante meu afastamento político, sempre mantive minha ideologia e valores no campo progressista. Agora, mais do que nunca, sinto o dever de lutar pela democracia, especialmente diante dos desafios atuais.


Como você contextualiza o momento político que estamos vivendo no Brasil e no mundo?

Washington Luiz: A história do Brasil sempre oscilou entre períodos de democracia e autoritarismo. Hoje, enfrentamos uma nova onda global de autoritarismo, com o avanço da extrema direita em diversas partes do mundo. Na Europa, vemos essa situação crescendo na Itália, França e Alemanha, impulsionada por crises econômicas e sociais. Nos Estados Unidos, Donald Trump representa essa ameaça à democracia com seu discurso populista e autoritário.

Aqui no Brasil, os últimos anos foram marcados pelo bolsonarismo, que desregulou instituições e promoveu uma política de retrocessos. Apesar disso, as instituições democráticas, como o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, resistiram e impediram um golpe de Estado. Mas o perigo ainda não passou. Precisamos fortalecer a luta pela democracia e enfrentar as ameaças da extrema-direita.


Como o país pode superar esses desafios?

Washington Luiz: O Brasil enfrenta uma missão difícil. O governo Lula está reconstruindo o país após o desmonte do período bolsonarista, mas há desafios urgentes, como o combate à inflação e a garantia de melhorias imediatas para a população. As próximas eleições serão decisivas para a democracia brasileira, e o PT precisa se preparar para enfrentar as armadilhas plantadas pela extrema-direita.

O partido precisa investir na formação de novas lideranças, como foi feito com o próprio Lula, que conheceu o Brasil e construiu uma relação direta com o povo. É essencial conectar o projeto progressista do PT às demandas da sociedade, especialmente na luta contra as desigualdades.



Falando sobre o Maranhão, como está o PT no estado e qual é o seu papel nesse cenário?

Washington Luiz: O Maranhão é um estado fortemente lulista, mas o PT precisa fortalecer sua presença local. Temos 60 mil filiados em São Luís, mas falta organização de base.

Eu estou querendo reconstruir uma ideia que eu tenho há muito tempo, que é o seguinte: Priorizar o trabalho com a juventude. Nós estamos organizando, através da Juventude Disparada, um convite para que a juventude maranhense ingresse na política. Eu defendo que o PT crie os núcleos do partido nos bairros. Precisamos criar núcleos nos bairros e aproximar o partido da população, especialmente nas áreas mais carentes. O voto não pode ser apenas consequência de campanhas eleitorais; ele deve vir de um trabalho contínuo junto ao povo.

No interior, é necessário reestruturar os diretórios municipais, priorizando a atuação concreta e não apenas o fisiologismo. O PT não é um partido como os do Centrão. Ele nasceu das lutas sociais e precisa retomar esse espírito de base para se conectar de forma mais efetiva com os maranhenses.


Você é candidato no Processo de Eleição Direta (PED) do PT?

Washington Luiz: Não, não sou candidato. Meu candidato é o Francimar, atual presidente do partido. Estou focado em ajudar a reorganizar o PT no Maranhão, especialmente em aproximar o partido da juventude e das comunidades.


E nas próximas eleições, você será candidato?

Washington Luiz: Meu futuro político depende do partido. Se o PT decidir que devo ser candidato, aceitarei a missão. No momento, minha prioridade é fortalecer o partido, organizar a militância e trabalhar junto às bases para que o PT continue sendo uma ferramenta de transformação social. Estamos vivendo tempos difíceis, mas acredito que, com organização e luta, podemos construir um futuro melhor para o Maranhão e para o Brasil.

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