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Antonio Dino e a missão de levar tratamento contra o câncer a todo o Maranhão

  • Foto do escritor: Pra Começo de Conversa
    Pra Começo de Conversa
  • 8 de jun.
  • 4 min de leitura


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Por Karina Lindoso


Empresário, advogado, gestor e, acima de tudo, um homem comprometido com o legado da sua família e com a vida de milhares de maranhenses. Antonio Dino Tavares, nascido em São Luís em 25 de junho de 1978, carrega um nome que é sinônimo de luta contra o câncer no Maranhão. Vice-presidente da Fundação Antonio Jorge Dino e diretor de Planejamento e Captação de Recursos do Hospital do Câncer Aldenora Bello, ele atua há mais de uma década na linha de frente da maior instituição filantrópica de combate ao câncer do estado — e uma das maiores do Brasil.


Casado, pai de dois filhos, Dino é formado em Direito pelo Ceuma e tem pós-graduação em Gestão Empresarial pela FGV. Além de sua atuação técnica e institucional, é também presidente da FEMMAR (Federação das Filantrópicas do Maranhão) e membro do Conselho Consultivo da CMB (Confederação das Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Brasil).


Nesta entrevista, ele revela bastidores, desafios, conquistas e o sonho de transformar o Maranhão no primeiro estado brasileiro com cobertura oncológica completa pelo SUS. E, como aprendeu com sua avó, dona Enide Dino, sua maior inspiração: “Quando a causa é boa, Deus ajuda.”


1. Como funciona a Fundação Antonio Dino e há quantos anos ela atua no Maranhão?


A Fundação é uma instituição criada para combater o câncer no Maranhão. Em 2025, ela completa 49 anos. Foi criada em 10 de dezembro de 1976, com a morte do meu avô, Antônio Dino, que fundou o Hospital do Câncer Aldenora Bello. Após sua morte, minha avó Enide Dino assumiu essa missão e fundou a instituição como conhecemos hoje.


2. E quando começou seu envolvimento direto com a Fundação?


Estou aqui há cerca de 12 anos trabalhando ativamente. Antes disso, participava do conselho. Vim para a linha de frente inspirado e orientado por minha avó. Substituí-la é uma missão gigante. Ela construiu tudo isso com muita força.


3. Como é o dia a dia na Fundação e o funcionamento do hospital?


É desafiador. Descobrimos recentemente que estamos entre as 10 maiores instituições filantrópicas de combate ao câncer no Brasil. Realizamos quase 80% das radioterapias e mais de 60% das cirurgias oncológicas do estado. Atendemos majoritariamente pelo SUS — 95% da nossa capacidade — e enfrentamos um déficit mensal de cerca de R$ 2 milhões. Um dos meus principais papéis é buscar recursos para cobrir esse déficit e buscar meios para suprir as demandas.


4. O Hospital Aldenora Bello também passou por grandes ampliações, certo?


Sim. Investimos mais de R$ 60 milhões na expansão da radioterapia, tornando-nos um dos cinco maiores centros do país nessa área. Também inauguramos a UTI pediátrica com apoio da Prefeitura e do Governo do Estado. Mesmo assim, temos fila na pediatria e espera de três meses para cirurgias oncológicas. A demanda ainda é maior que a nossa capacidade.



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5. Como é gerir uma instituição tão essencial, que depende em parte de doações?


É muito difícil, porque todos têm suas prioridades e a gente precisa sensibilizar. Mas a Fundação é sólida. Muitos políticos e cidadãos nos procuram pedindo ajuda para pacientes. Temos também parcerias fundamentais como o Ministério Público do Trabalho, que destina recursos de multas trabalhistas para a Fundação. Isso nos ajuda a manter serviços e investir em melhorias. E, claro, nossa gratidão a toda população que faz doações e nos ajuda nessa missão.


6. Como você concilia a expansão para outras cidades com a gestão da sede?


Minha avó sempre dizia: “Quando a causa é boa, Deus ajuda.” Poderíamos ter ampliado apenas a sede em São Luís, mas escolhemos descentralizar. Em Pinheiro, onde parte da quimioterapia já funciona, pacientes gastam menos e ficam perto da família. O hospital de Santa Inês já está no forno. Isso muda vidas. E sim, é difícil conciliar tudo, mas a missão é maior.


7. Se pudesse fazer um pedido à população, qual seria?


Que vacinem seus filhos contra o HPV. Essa é uma vacina que pode ser considerada contra o câncer. A vacina é gratuita e meninos e meninas a partir de 9 anos já podem ser vacinados.

O HPV é um vírus sexualmente transmissível que está diretamente relacionado ao grande número de casos de câncer de colo de útero e pênis que nós temos no Maranhão, e já tem outros tipos de câncer sendo relacionados como câncer coloretal e câncer de cabeça e pescoço. Mais que pedir doações, peço prevenção. Assim evitamos que o paciente chegue até nós.


8. E para a classe política e empresarial, qual o seu apelo?


Vamos investir em diagnóstico precoce. Hoje, além de manter o que temos, queremos expandir. Queremos cinco hospitais oncológicos no Maranhão. Já temos Pinheiro, estamos com Santa Inês no forno e buscamos viabilizar unidades em Caxias e Imperatriz. Nosso sonho é tornar o Maranhão o primeiro estado com cobertura oncológica completa. Isso é bom para todos: paciente, estado, sociedade.

Ajudem a gente hoje a botar esse projeto para funcionar, mas vamos investir também no preventivo, na prevenção, no diagnóstico precoce, coisa que a gente vai fazer no hospital. Diagnosticado precocemente, o câncer tem maiores chances de cura, os tratamentos são menos invasivos, a pessoa consegue ficar mais perto da família, consegue se curar, consegue ir para casa. Então, só tem vantagem.



9. Como é conciliar esse trabalho com a vida familiar?


Sou casado e tenho dois filhos. Tenho uma mulher maravilhosa que me dá o suporte necessário. Sem ela, nada disso seria possível. E aqui, na Fundação, temos mais de mil colaboradores. Eu apenas represento esse grande time. Não penso em legado, penso em fazer o que precisa ser feito. E espero que alguém se inspire em mim, como me inspirei na minha avó.


10. Para encerrar, qual o ensinamento mais marcante que sua avó lhe passou?


Ela sempre diz: “Quando a causa é boa, Deus ajuda.” E completa: “A gente só faz o bem para os outros, não é possível que seja retribuído com o mal.” Isso me move. E é verdade. Estamos aqui há anos, com déficit, dificuldades, e ainda assim conseguimos abrir novos hospitais, fazer investimentos milionários. Sempre aparece uma solução. Isso é fruto do bem feito com seriedade.


Você também pode ajudar a Fundação . Faça a sua doação:

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